extrato do jornal "O Abraço" de 9 de Junho de 1966
Nasceu em 8 de Setembro de 1915 e morreu em 8 de Janeiro de 1985
O seu percurso de vida está intimamente ligado à história do Grupo Musical Estrela de Argoncilhe.
Em 1923, mercê das dificuldades da época e das grandes carências que existiam, com apenas 8 anos, participou como solista num conjunto de iniciativas de angariação de fundos, das quais se destaca o ir dar as boas-festas, e que tiveram tanto sucesso que mais tarde estiveram na génese do Grupo Musical Estrela de Argoncilhe
Em 1926 esteve na fundação do grupo sacro musical Estrela de Argoncilhe, desde pequeno e logo aquando da fundação Silvério R. Santos começou a viver o dia a dia da colectividade, primeiro como cantor, depois como musico e muitas vezes como regente, quando não havia quem tomasse a batuta. Como musico destacou-se como contrabaixista, sendo mesmo considerado um dos melhores contrabaixista da região de entre Douro e Mondego.
Foi dirigente por inúmeras vezes, viveu intensamente a construção da sede da colectividade, fazendo parte da comissão de obras. Foi um verdadeiro amante da música e da sua tuna.
Por ocasião das bodas de ouro da colectividade foi agraciado com o título de sócio honorário.
Como músico participou ainda na génese do agrupamento musical TECOS onde tocou durante algum tempo.
Mas a sua vida não era só musica, na sua vida profissional foi um grande artista (estucador tendo sido inclusivamente encarregado geral da cooperativa dos estucadores)
Mais tarde fundou a empresa de construção Civil “Silvério Ribeiro dos santos Lda.”. Num tempo em que a formação se fazia nas empresas (os operários tinham um inicio de carreira como aprendizes durante algum tempo, normalmente 3 anos), pela sua firma passaram e formaram-se muitos dos empresários desta freguesia. Era mesmo conhecido por o Mestre dos Mestres em virtude dos inúmeros pupilos que ao deixarem a empresa arriscaram montar o seu próprio negócio.
Esteve casado 50 anos (até à data da sua morte) com Florinda Alves Ribeiro de quem teve 12 filhos, dos quais ainda estão 11 vivos. Aos seus filhos não deu cursos, mas deixou-lhes algo muito mais importante – uma educação baseada em princípios de Honra e não na concorrência sem escrúpulos e princípios.
Ao longo dos 69 anos de vida esteve muitas vezes na primeira linha na organização de muitos eventos de carácter festivo ou social.
foi membro da festa de St. António, que se realizava no lugar da igreja, durante cerca de 15 anos (1961 a 1975).
Organizou durante anos a festa do S. João de Pereira onde ensaiava e apresentava representações teatro musicais de sátira à sociedade
Organizou a festa da Sra da Hora durante alguns anos.
Numa campanha de angariação de fundos, em 1951 apresentou uma sátira conhecida por tribunal que lhe valeu alguns dissabores com o poder instalado.
Fruto da sua irreverência e espírito critico, era muitas vezes considerado uma voz incomoda e por isso, chegou mesmo a ter de emigrar para fugir às investidas da Pide
Foi membro da fabrica da igreja durante vários anos.
Também esteve ligado à agricultura tendo sido das primeiras pessoas desta freguesia a comprar tractores e alfaias agrícolas.
Durante vários anos teve instalado num dos seus edifícios um posto de recolha de leite.
Foi um homem de trabalho que tinha uma forma peculiar de ver a vida. Tinha uma máxima “se tu queres, se tu te esforçares tu consegues”
O seu exemplo foi tão forte que ao longo dos últimos anos vários dos seu filhos e netos exerceram funções de direcção no grupo Musical estrela de Argoncilhe, tendo inclusivamente 3 deles sido eleitos presidentes da direcção da colectividade.
Também pela junta e assembleia de freguesia passaram vários dos seus descendentes.
Outras colectividades como sejam a associação columbófila, a ADA ou as associações de pais tiveram como dirigentes alguns dos seus descendentes.
Um dos seus descendetes chegou mesmo a ser presidente de uma associação de trabalhadores estudantes da Escola Secundária António Sérgio em V. N. Gaia e dirigente do Secretariado de trabalhadores estudantes do distrito do porto e da federação nacional das associações de trabalhadores de estudantes (FNATES)
Tudo isto não foi por acaso mas sim fruto da influencia de um grande homem e da sua mística
Fontes:jornal o abraço edições de 9 de Junho de 1966 e de julho de 1980
livro comemorativo dos 70 anos do Grupo Musical estrela de Argoncilhe
Testemunho de alguns dos seus filhos
